HOUSE OF CARDS.
No dia 03/11 foi ao ar o fim de uma era, a era de House of Cards... Uma série com potencial incrível, que inclusive é responsável por uma porcentagem gigante do sucesso inicial da Netflix, foi concluída com sua temível 6ª temporada, contendo apenas 8 episódios fugindo dos clássicos 13 por temporada.
Antes de tudo, por que eu usei o termo temível?
Após o 5º ano da série, o ator que fazia o protagonista Francis Underwood (Kevin Spacey) foi demitido da produção por acusações de assédio; e essa última temporada foi realmente um desafio inusitado apresentado aos roteiristas (que pelo o que eu penso já tinham toda uma história moldada para o futuro da série, seguindo para um possível último ano ou não) que foi realmente temida pela incerta continuação da história e de sua qualidade apresentada desde então.
*A crítica a seguir contem spoilers das temporadas anteriores*
A temporada colocou como já esperado, Claire H. Underwood como centro da trama, tendo em vista que no final da quinta temporada assumiu o cargo de presidente dos Estados Unidos da América, após seu marido Francis sair do poder. Logo em seu primeiro episódio, "misteriosamente", Frank é dado como morto e é humilhado explicitamente por Claire em todas as oportunidades, sendo sempre caracterizado como repugnante, e sim, ele e tudo que cerca a política apresentada na série é completamente sujo e corrupto, como de costume, e não há motivos para que façam essas alusões escrotas a respeito do personagem que foi querido por tantos anos (pra mim isso foi um ataque pessoal ao ator).
E as coisas não param por ai, a temporada foi uma enrolação rápida e feita desesperadamente de última hora para não manchar a imagem da Netflix (afinal, precisaria dar um fim a uma de suas mais famosas séries), e para não perder público, sem ter uma história descente, se aproveitou de acontecimentos atuais em busca de sucesso, como o uso excessivo e desnecessário do feminismo vindo da presidente na temporada toda. O feminismo é sim sem sombra de dúvidas importante, mas não do jeito que foi apresentado, de forma apelativa e hipócrita, tendo em vista que algumas situações feministas que foram colocadas para a mudança do cenário político norte-americano posteriormente foram quebradas, acabando com todo o seu sentido... Vou tomar como exemplo uma situação do episódio 5, onde a Claire demite todo o seu gabinete que até então era formado por homens e mulheres que não concordavam com suas decisões, montando um novo agora formado apenas por mulheres... O que acontece, é que lá pros últimos episódios, esse gabinete se encontra todo fragmentado; desvinculam toda a sua importância, sendo incoerente à ideia apresentada antes... Não julgo 100% esse tipo de atitude, pois o principal objetivo de House of Cards sempre foi o poder, então até que é compreensível, desde que não se tivesse dado tanta ênfase à "conquista" apresentada.
Isso me machuca muito pois House of Cards sempre foi uma série que acompanhei e elogiei desde sempre, admirando a genialidade e inovação vinda da Netflix num potencial tão incrível dentro da política inserida no drama... Entendo que eles não tinha muito o que fazer com o final, mas o jeito que foi feito, foi um desrespeito com os fãs, e literalmente uma palhaçada. Por cima de todos esses problemas, a cena final deixa um ambiente injusto e incompleto, jogando no lixo vários caminhos que estavam em desenvolvimento desde o começo da temporada, isto é, apresentaram situações que não foram concluídas, e sim apenas descartadas dando ênfase ao """plot twist""" que a série quis entregar em seus momentos finais, que foi muito sem noção e sem lógica, na minha humilde opinião.
A única coisa que me prendeu até o fim da temporada foi a ideia de honrar o legado que a série construiu em todos esses anos, e a incrível atuação dos atores (Robin Wright, Michael Kelly, Lards Mikkelsen e Derek Cecil) que é inegável de perceber que são geniais e dão vida ao drama, sendo bom ou não. Acima de toda a decepção, gostaria de agradecer à Netflix, que pelo menos tentou dar um final (mesmo sendo deprimente) à série, mantendo sua essência de impactar o público com a sede inevitável pelo poder na política estadunidense, junto da interação com o espectador através da sua fantástica quebra da quarta parede...
Minha nota: 4.5/10
No dia 03/11 foi ao ar o fim de uma era, a era de House of Cards... Uma série com potencial incrível, que inclusive é responsável por uma porcentagem gigante do sucesso inicial da Netflix, foi concluída com sua temível 6ª temporada, contendo apenas 8 episódios fugindo dos clássicos 13 por temporada.
Antes de tudo, por que eu usei o termo temível?
Após o 5º ano da série, o ator que fazia o protagonista Francis Underwood (Kevin Spacey) foi demitido da produção por acusações de assédio; e essa última temporada foi realmente um desafio inusitado apresentado aos roteiristas (que pelo o que eu penso já tinham toda uma história moldada para o futuro da série, seguindo para um possível último ano ou não) que foi realmente temida pela incerta continuação da história e de sua qualidade apresentada desde então.
*A crítica a seguir contem spoilers das temporadas anteriores*
A temporada colocou como já esperado, Claire H. Underwood como centro da trama, tendo em vista que no final da quinta temporada assumiu o cargo de presidente dos Estados Unidos da América, após seu marido Francis sair do poder. Logo em seu primeiro episódio, "misteriosamente", Frank é dado como morto e é humilhado explicitamente por Claire em todas as oportunidades, sendo sempre caracterizado como repugnante, e sim, ele e tudo que cerca a política apresentada na série é completamente sujo e corrupto, como de costume, e não há motivos para que façam essas alusões escrotas a respeito do personagem que foi querido por tantos anos (pra mim isso foi um ataque pessoal ao ator).
E as coisas não param por ai, a temporada foi uma enrolação rápida e feita desesperadamente de última hora para não manchar a imagem da Netflix (afinal, precisaria dar um fim a uma de suas mais famosas séries), e para não perder público, sem ter uma história descente, se aproveitou de acontecimentos atuais em busca de sucesso, como o uso excessivo e desnecessário do feminismo vindo da presidente na temporada toda. O feminismo é sim sem sombra de dúvidas importante, mas não do jeito que foi apresentado, de forma apelativa e hipócrita, tendo em vista que algumas situações feministas que foram colocadas para a mudança do cenário político norte-americano posteriormente foram quebradas, acabando com todo o seu sentido... Vou tomar como exemplo uma situação do episódio 5, onde a Claire demite todo o seu gabinete que até então era formado por homens e mulheres que não concordavam com suas decisões, montando um novo agora formado apenas por mulheres... O que acontece, é que lá pros últimos episódios, esse gabinete se encontra todo fragmentado; desvinculam toda a sua importância, sendo incoerente à ideia apresentada antes... Não julgo 100% esse tipo de atitude, pois o principal objetivo de House of Cards sempre foi o poder, então até que é compreensível, desde que não se tivesse dado tanta ênfase à "conquista" apresentada.
Outro ponto ridículo que a temporada apresentou foi o fato da podridão de escolha dos antagonistas, mesmo o principal núcleo (que aliás descobrimos apenas nos momentos finais) sendo Claire x Doug, ainda haviam outros 2 (de seu vice presidente e da família Shepherd) que foi extrapoladamente cansativo e inútil, não adquirindo quase nada à história principal. Foi tão chato ver aquelas cenas de personagens que nunca tinham ganhado destaque nenhum nas 5 temporadas, que em alguns momentos me peguei pulando cenas do episódio.
A única coisa que me prendeu até o fim da temporada foi a ideia de honrar o legado que a série construiu em todos esses anos, e a incrível atuação dos atores (Robin Wright, Michael Kelly, Lards Mikkelsen e Derek Cecil) que é inegável de perceber que são geniais e dão vida ao drama, sendo bom ou não. Acima de toda a decepção, gostaria de agradecer à Netflix, que pelo menos tentou dar um final (mesmo sendo deprimente) à série, mantendo sua essência de impactar o público com a sede inevitável pelo poder na política estadunidense, junto da interação com o espectador através da sua fantástica quebra da quarta parede...
Minha nota: 4.5/10
Comentários
Postar um comentário